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A vida depois do balão

Quando é que chega a hora de mudar?

Não sei se cada um aqui já pensou sobre isso. Eu penso sempre. Qual é o ponto que você descobre que precisa mudar?

Penso, pois logo uma outra pergunta me vem, quando é que devo lutar para ser eu mesma? Qual é o ponto, a linha tênue, que separa respeitar a si e se valorizar com a necessidade da mudança radical?

Essa pergunta não tem uma resposta simples, nem óbvia. É uma luta constante para saber o que é melhor pra gente, o que nos fará feliz. Muitas vezes precisamos deixar que as pessoas falem o que elas acham que é melhor para gente e deixar pra lá, fazer de conta que não ouviu. Afinal, se formos viver as expectativas dos outros, nunca viveremos de verdade. Além do mundo estar cheio de gente que acha que você deveria ser mais clara, mais escura, mais gorda, mais magra, solteira, casada… seria um inferno mudar toda vez que alguém acreditasse que precisamos disso. Aí sim entra o amor próprio, ter uma visão realista de si mesma, se respeitar.

Por que se a gente não se respeita e ouve apenas o que as outras pessoas falam vamos ficar anoréxicas. Ou nos maltratar à toa, como ficar sem comer, fazer dietas malucas, acreditar em revistas de dieta da moda, se achar feia o tempo todo e nunca estar satisfeita com o próprio corpo.

Isso não é ser bonita, isso não é se respeitar. Fazer qualquer mudança apenas pelos outros ou pelo que sua família vai dizer, além de inútil será uma tortura.

Essa mudança deve partir de um motivo seu, pessoal. Algo que realmente te incomoda. Algo que você deseja mudar.

Eu tinha passado por muitas dietas, nutricionistas, personais na vida, e vivia em efeito sanfona. Em boa parte por que nunca tinha me convencido que “aproveitar” a vida e comer de tudo era menos importante, ou melhor, que ter um corpo magro era mais importante que viver a vida intensamente. Eu acreditava, como ainda acredito, que a vida é um conjunto de momentos, que fazemos o melhor deles para viver melhor e feliz.

Eu tentava emagrecer pela minha mãe, por aquele carinha que eu gostaria de ficar, ou por aquele que não me quis, ou aquela menina que me chamou de gorda. E nada disso era meu. Até que eu fiz um exame de sangue e vi que podia ficar diabética em breve. Até eu notar que me alimentar dessa forma e não fazer exercícios me fazia dormir mal, que não podia brincar com meu filho, que não conseguia subir uma escada, enfim, que não podia APROVEITAR a minha vida.

Eu tomei a decisão de colocar o balão por mim. E topei passar esse processo do meu jeito. Não com o que os outros iam falar, mas pela minha consciência. E dessa vez eu sinto que deu certo.

Dar certo é emagrecer tudo que você precisa em 6 meses? NÃO! Dar certo é entender como se alimentar de maneira equilibrada, entender que certas coisas fazem mais bem pra gente que mal, entender que fazer exercício não é gastar tempo a toa, que poder brincar sem se cansar tão fácil é bom… assim como dançar até tarde! Viver de maneira mais equilibrada é aproveitar a vida!

O acompanhamento da nutricionista e psicóloga nesse momento é fundamental! Foi ali, no consultório que eu entendi uma coisa que não tinha entendido. Eu separava comer bem e se divertir com a comida, com comer de maneira saudável. Para mim, comer o que queria era uma liberdade, afinal, quem ia gostar de passar a vida comendo apenas coisas “ruins” e saudáveis? E no final desse processo com o balão acabei descobrindo que “comer o que eu queria” era uma prisão, não liberdade.

Eu me enfiava na comida para compensar a tristeza, compensar coisas que não podia falar, o vazio que eu sentia. Eu me refugiava na comida e me afundava nela. Eu tinha compulsão e não sabia. E isso me impedia de enfrentar coisas que eu precisava enfrentar. Comer demais me impedia de ver a mim mesma. Assim como conheço pessoas que bebem demais, ou que fazem qualquer coisa demais. Pare e observe, qual é aquela coisa que é seu refúgio? Você está deixando de viver por causa disso?

Postar suas tristezas nas redes sociais ou seu amor por uma menina é melhor do que tentar e, quem sabe, quebrar a cara?

Quando eu fiz isso por mim, quando decidi mudar, eu comecei a ver minha vida por outros olhos. Muito mais que apenas perder peso, eu vi onde eu me sabotava. Comecei a pensar diferente.

Isso não quer dizer que perdi todo o peso, mas que eu sei agora como fazer para não perder o meu controle, e se perder, como me colocar na linha de novo. Não pela estética, mas pelo meu bem. Pela minha saúde, por poder brincar e aproveitar a vida com meu filhote. Emagrecer é uma consequência. Assim como ser bonita.

Para mim, a mulher bonita mesmo tem charme, tem estilo, tem inteligência, sabedoria… não é apenas um corpo, e pra você?

A única pessoa que vai sentir e saber quando precisa mudar é você.

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Expectativas

Minha caneca com tema novo

Lá se foram 5 meses… já!

Nessa quinta-feira será minha quinta consulta com a dra. Bianca e a dra. Liliam. Nesse tempo eu tive várias reações ao me dirigir ao consultório: ansiedade, antecipação, frustração, medo, felicidade… Mas hoje sinto calma. Eu entendi com o passar do tempo que manter o peso e emagrecer são exercícios diários e para a vida toda, não apenas para o tempo que eu estiver com o balão.

Nessa páscoa tive mais ainda essa certeza. Conheci a Beatriz, um doce de pessoa, jovial, alegre, divertida. Ela fez o procedimento do balão intra-gástrico e perdeu 37 quilos. Infelizmente ela já ganhou tudo de novo. Minha sogra já tinha me falado do caso dela, mas eu não tinha entendido o porquê.

Conversando diretamente com a Beatriz (incrivelmente jovem pra idade dela!!) ela me contou que não teve nem a oportunidade de reeducar a alimentação durante o processo do balão, colocaram muito e ela ficou a maior parte do tempo vomitando. Além disso não teve acompanhamento nutricional e psicológico.

Conversamos bastante sobre isso e vi, mais que nunca, que o balão não é o agente “milagroso” da mudança, mas uma facilitador. O grande segredo da mudança de comportamento está em nós mesmo, na nossa cabeça.

E me deu ainda mais certeza que fiz a escolha certa indo na Endodiagnostic, que foi uma clínica muito boa e responsável com o meu procedimento. Tive neles todo o suporte que precisei durante todo esse tempo. Agradeço muito!

Ainda tenho certas oscilações, às vezes eu acho que engordei tudo de novo, às vezes acho que estou bem e emagreci. Algumas fotos que olho me acho enorme, outras me acho muito bonita. Mas e quando foi diferente?

O que mudou em mim hoje é a vontade de agir de forma diferente, de cuidar de mim, de ter saúde, de me sentir bem. Afinal, não é isso que todos nós queremos de uma forma ou de outra?

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Mais experiências

Eu acredito que compartilhar experiências é muito bom para não se desesperar. Quando estamos em uma situação ruim e sabemos que outra pessoa saiu dela e está bem, e principalmente, como saiu dela, ajuda muito a sabermos que todas as coisas passam.

Eu encontrei o blog de uma outra balonada, muito legal. Ela já tirou o balão hoje, e tem uma filha de 6 anos (igual ao Daniel!!).

O nome do blog é Brindo à Vida, e eu gostei muito, espero que todos gostem também. Ela fez até vídeos explicando as coisas, bem legal, me deu vontade de fazer também, que tal?

Ah, e estou melhor. Obrigada a todos que me mandaram mensagens de melhoras, seja aqui, pelo twitter e telefone. É muito bom saber que tem uma galera torcendo pela minha saúde! 😀

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Aquela vontade de comer doce…

Eu sempre fiquei pensando no porquê dava aquela vontade de comer doce depois do almoço. Até na consulta com a dra. Liliam ela falou que tem alimentos que fazem isso mesmo.

Aí essa semana eu estava ajudando a minha tia em um trabalho da faculdade, ela faz nutrição, e me deparei com o seguinte texto que ela me mandou:

Os alimentos com um índice glicêmico alto obrigam o corpo a produzir grande quantidade de insulina, fazendo com que, duas a três horas depois de havermos comido desçam demasiado o nível de glicose no sangue, levando a pessoa a sentir a forte necessidade de comer outra vez.

Os alimentos com um índice glicêmico baixo fazem subir a glicose lentamente, sem subidas bruscas, segregando o corpo pouca insulina; reduzindo assim, a quantidade de carboidratos que se transformariam em gordura no corpo. Além disso, provocam una sensação de saciedade mais prolongada.”

O trabalho que ela estava desenvolvendo era para diabéticos, uma indicação de que alimentos comer e quais não. Ou seja, não cabe exatamente para pessoas que querem apenas emagrecer. Afinal essa não é uma classificação de calorias ou nutrientes, mas sim do índice glicêmico. Porém, não deixa de ser interessante notar na quatidade de alimentos que estão na minha dieta e tem um baixo índice glicêmico. E com certeza isso não é por acaso.

Bom, a título de curiosidade, aí está a tabela que eu fiz pro trabalho da minha tia.

 

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4 meses e 11 kg de gordura depois

Bom pessoal, 4 meses já se passaram e as mudanças que o balão tem me trazido são muitas. Desde que comecei a colocar minha dieta em equilíbrio (sim o caminho pra uma vida inteira está apenas começando), me redescobri em vários aspectos. Coisas que a comida, de certa forma, supria.

Ou eu colocava a comida no lugar, tanto faz.

Mas a verdade é que bem mais que apenas perda de gordura, eu tenho aprendido demais sobre mim mesma, até a como ser mais vaidosa. Tive que até mesmo enfrentar tristezas que nem sabia que tinha. O meu amadurecimento nessa fase eu devo principalmente a essa busca por equilíbrio. E saúde.

Eu diminui no mínimo 2 cm em cada uma das medidas do último mês pra cá, além de ter aumentado o meu peso magro (sangue, líquidos, ossos, músculos). Que significa que estou com meus músculos bem mais desenvolvidos e preparados.

Porém, o mais impressionante foi a diminuição de 9 pontos na dobra da cintura em apenas um mês!

Meu percentual de gordura no corpo hoje é de 30,5%. Quando eu comecei estava com 41,4%.

Estou feliz e me sentindo realizada com os resultados. É bom se sentir mais disposta e bonita.

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